Matutando…
Na difícil experiência entre a palavra da promessa e a realidade do sofrimento e da morte, a fé se apoia na esperança e “se lança para fora deste mundo”.
Isso não quer dizer que a fé cristã foge deste mundo, mas que busca o futuro. Crer significa, na realidade, transpor fronteiras, estar em êxodo. Mas, de tal forma alienante: a morte é morte verdadeira e a dor é a dor.
O pecado permanece pecado e o sofrimento, mesmo para a fé, continua sendo um clamor sem resposta imediata.
A fé transcende essas realidades, pois não se refugia no céu nem na utopia e, tampouco, sonha estar em uma outra realidade. Ela pode transpor os limites da vida humana pela aceitação do Cristo ressuscitado.
Onde, pela ressurreição do Crucificado, foi rompida a barreira contra a qual se despedaçava a esperança humana, a fé pode e deve alargar-se em esperança cristã.
A ressurreição se torna ousadia e paciência; assim a “esperança se torna paixão pelo possível” (Kierkegaard), porque pode agora ser paixão por aquilo que se tornou possível.
Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi