Matutando…
A experiência de Deus, que está na raiz da fé, é aquela que nos faz perceber que somos conhecidos por Ele e inclui uma percepção de nossa pobreza.

Longe de nos desanimar, essa fé insere-nos em um lúcido realismo que nos faz confiantes em Deus, como Moisés na experiência da sarça ardente (Ex 3). Trata-se de um “conhecer” fruto da experiência: a da misericórdia de um Deus que nos ama.

A experiência de Deus faz descobrir que somos pecadores, e longe de deixar-nos “desistentes”, suscita a alegria e a paz por contar com o Amor que nos salva.

Essa é a experiência do publicano Mateus. Odiado e desprezado pelos homens, julgado e repelido, sentiu-se conhecido por Cristo que lhe disse: “Segue-me”. Como uma “mola propulsora” a graça da fé fez o resto: “Ele se levantou e seguiu a Jesus” (Mt 9,9).

A “religião” dos fariseus, fundamenta-se na justiça humana, faz-se forte nas “obras da lei”. Com o mesmo julgamento que leva a justificar- se diante de um Deus desarmado. Julgam os “pecadores” que estão “fora da lei”.

A religião de Cristo fundamenta-se, ao contrário, na misericórdia amorosa de Deus, que infunde a graça. É esse o “conhecimento de Deus” que pede mais amor do que “sacrifícios legalistas” e que é fonte de segurança e paz.

 

Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi