Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem do rei Melquisedec (Sl 109, 4)

Mensagem de Dom José Francisco Falcão de Barros destinada ao Estimado Pe. Eudardo Dougherty em solidariedade a Rede Século XXi, Tv de inspiração católica.

Estimado Pe. Eudardo Dougherty, saudações fraternas em Cristo Jesus, Nosso Senhor
e Salvador!

No dia 05 de junho de 1970, Vossa Reverendíssima, mediante a imposição das mãos do Bispo e a oração de consagração, foi assinalado com um caráter indelével e constituído ministro sagrado, presbítero da Santa Igreja, consagrado e delegado, a fim de que, personificando a Cristo Cabeça no grau de presbítero, apascentasse o povo de Deus, desempenhando o múnus de ensinar, santificar e governar. Esse grande acontecimento ocorreu na sua pátria natal, os Estados Unidos da América; todavia, desde toda a eternidade, a Divina Providência já havia disposto que, por decisão dos seus superiores jesuítas, seria o Brasil a pátria onde o seu ministério sacerdotal deveria ser exercido. E assim foi, para que se cumprissem as palavras que o Senhor dirigiu em Damasco a Ananias, a respeito do jovem
Saulo, futuro Apóstolo Paulo, que acabara de se converter: Este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações (At 9, 15).

Quis o Altíssimo Deus que a missão de levar o nome de Jesus “diante das nações” tivesse, mediante a santa ousadia de V. Revma., um alcance global e uma abrangência universal, a saber: o anúncio do Santo Evangelho do Senhor Jesus Cristo através dos meios de comunicação, com sólido alicerce na doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana. Dessa forma, no ano de 1981, o Divino Beneplácito fundou a Associação do Senhor Jesus, com o escopo de evangelizar, formar, informar e entreter, tendo como fontes inspiradoras as Escrituras, a Tradição e o Magistério da Santa Igreja, de cujos inalienáveis princípios doutrinais, morais e éticos se alimenta e se sustenta a Associação do Senhor Jesus.

O Eterno quis mais que isso e determinou que, da Associação do Senhor Jesus, surgisse a Rede Século XXI (TV, Portal e Revista), uma arrojada iniciativa que, dia e noite, sem intermissão, para toda a face da terra, veiculasse notícias, informações e, sobretudo, uma programação cristã católica que formasse e promovesse integralmente o homem, tanto material quanto espiritualmente. Merecem destaque, caro Pe. Eduardo, os esforços que, sobretudo nos últimos anos, vêm sendo realizados no sentido de tornar a grade de programação da Rede Século XXI sempre mais identificada com o carisma original dessa obra, como concebido na década de 80 do século passado: evangelizar o mundo com a fé católica (“eu creio no que a Igreja crê”), com os princípios morais católicos (“eu ajo segundo os mandamentos que a Igreja prega”), com a liturgia católica (“eu celebro a fé como a Igreja celebra”) e com a oração católica (“eu rezo aquilo que a Igreja reza e como a Igreja reza”). Este é um propósito louvável, que – estou convencido disso! – possibilitará aos telespectadores a certeza de que, ao sintonizar ou acessar a nossa Rede de Televisão, os seus olhos, ouvidos e coração estarão diante de um “espaço” e de um “universo” verdadeiramente católico romano, verdadeira fonte de graças e bênçãos, nestes difíceis tempos de confusão, relativismo e graves distorções que ameaçam a pureza da fé católica, afrontam a inflexibilidade da moral católica, conspurcam a beleza e a intangibilidade do culto católico, e comprometem a identidade da oração católica.

Instrumento poderoso da Divina Providência que sustenta tão ínclita obra de evangelização são os nossos amados sócios e os queridos benfeitores, que merecem nossos constantes encômios pelo voto de confiança que depositam em V. Revma. e nos seus colaboradores, traduzido na sua constante ajuda financeira mensal, sinal inequívoco de que eles são, ao mesmo tempo, gratos e cumpridores do seu dever de cristãos católicos de ajudar a manter essa obra que não é nossa, mas de Deus. São gratos, segundo o dito do Apóstolo Paulo: Aquele que recebe a catequese da palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui (Gl 6, 6). São cumpridores do dever porque, segundo o ensinamento da Igreja, mais precisamente do Concílio Vaticano II, sustentar e auxiliar financeiramente os meios de
comunicação católicos não é algo opcional, mas um dever de cada fiel católico: “Como não convém absolutamente aos filhos da Igreja suportar insensivelmente que a doutrina da salvação seja obstruída e impedida por dificuldades técnicas ou por gastos, certamente volumosos, que são próprios destes meios, este sagrado Concílio chama a atenção para a obrigação de sustentar e auxiliar os diários católicos, as revistas e iniciativas cinematográficas, as estações e
transmissões radiofônicas e televisivas, cujo fim principal é divulgar e defender a verdade, e prover à formação cristã da sociedade humana” (Decreto Inter mirifica, sobre os meios de comunicação social, 04/12/1966, n. 17).

Tudo assim considerado, desejo expressar, dileto Pe. Eduardo, a minha alegria pelas bênçãos que Deus tem concedido ao Brasil e ao mundo por meio dessa obra, cuja liderança o Amantíssimo Deus colocou em suas mãos. Bendigo e glorifico o nosso Deus por cada um dos integrantes da Rede Século XXI, notadamente por sua dedicação e competência no árduo trabalho de evangelizar pelos mass media. Exalto e louvo a Deus pelos clérigos e leigos, vivos
e falecidos, que deram e continuam a dar a sua importante parcela de contribuição na Rede Século XXI para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor (Fl 2, 10-11). Finalmente, enalteço e proclamo a bondade de Deus pelos cinquenta anos de sacerdócio de V. Revma. e pelo seu amor à Santa Igreja de Cristo.

Com expressões do profundo afeto sacerdotal que nos une pelo vínculo do Sacramento da Ordem, concedo-lhe a bênção apostólica, assegurando-lhe minhas orações pela santificação de Vossa Reverendíssima, neste seu Ano Jubilar e sempre.

Brasília, DF, 13 de junho de 2020
Dom José Francisco Falcão de Barros
Bispo

Comments are closed.