Matutando…
A secularização e a “desertificação” espiritual são problemas que a Igreja deve enfrentar no nosso tempo. Um dos sintomas mais dolorosos, destes problemas, é a marginalização silenciosa e a exclusão de Deus da vida pessoal e pública.
O problema consiste em ajudar as pessoas a crer. Ontem o ateísmo subsistia na mente de alguns filósofos. Hoje está presente em nossas casas e o “viver como se Deus não existisse” tornou-se “ateísmo por omissão”. Enfrentar esta situação e voltar a pôr Deus no centro é o que somos chamados a fazer.
O desafio de uma mentalidade fechada a espiritualidade obriga os cristãos a voltar de modo mais decidido à centralidade de Deus. Por isso, não menos urgente é propor de novo a questão de Deus, inclusive na própria comunidade cristã.
O “voltar a Deus” deve ocupar as forças vivas da Igreja, pois a crise da fé e da missão provoca a pior e mais terrível exclusão e alienação que o homem pode sofrer: a alienação de Deus e a exclusão da fé.
A fé não é simples assentimento intelectual das verdades sobre Deus; mas sim é um “confiar livremente” a vida a Deus que é Pai e que me ama. É adesão a um “Tu” que me dá esperança.
A fé é o aquilo que fez o Povo de Deus caminhar no Êxodo, é a fé que deve nortear nossa peregrinação. A fé sustentou os 40 anos de deserto, a fé deve sustentar nossa penitência. A Igreja anuncia a alegria de crer e busca o Reino de Deus (Mt 6,33).
Se Deus perder a centralidade, o homem perde o seu lugar, e não encontra mais seu lugar na criação e nas relações com os outros. Sem Deus, tudo se volta contra o homem.
Anunciar a fé, resposta ao mundo secularizado, aos problemas que tem suas raízes no pecado. Anunciar a fé, para que o homem não seja mais “mercadoria”!
Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi